Temporariamente Ausente !
15 de março de 2009
Rabiiscado Por --> Marcelle Lins às 23:42 3 Pessoas Estão Falando Por Aii Que...
Insanidade
7 de março de 2009
Andava de um lado para outro. Cogitava a possibilidade, nem tão remota, de atirar-se do décimo - quarto andar do hotel Hilton. O luxo já não supria a falta de felicidade; a vida se tornara insuportável…
Há anos vivia uma mentira; sentia-se como se nada fosse; era um reflexo vazio nas vidraças da suíte presidencial; era apenas mais uma mulher de meia idade, com seu casamento falido e duas garrafas de uísque escocês – diga-se de passagem -, legítimos.
Afogara-se em mágoas. Aquelas duas garrafas ainda eram poucas para que conseguisse resgatar dentro de si um pouco de coragem para viver; ou então, para matar-se de vez. Era fraca de mais; era frágil. Dependente…
Sentia um torpor pelo corpo. Seus lábios, ainda róseos, começavam ficar dormentes; suas mãos, já dementes, sequer conseguiam segurar firme a lâmina que ensaiava um profundo corte em seu pulso… mas, sem demora, estava feito! Sentou-se na cama. Olhava obliquamente para o nada, enquanto lhe escorria a vida. A vontade de atirar-se ainda não havia passado; pegou, sobre a cômoda, cigarros. Voltou a andar de um lado para o outro, como se isso ajudasse a dissipar a angústia que também a matava lentamente.
Morria sem pressa, sangrando vagarosamente… Chorava delicadamente, pois não queria borrar a maquiagem. A água morna da banheira ficara carmesim, como seus rubros artelhos. Bebera uma última dose do seu legítimo uísque; passara pela última vez a mão nos cabelos, presos, com um alto penteado; retocara o batom…
Morrera com classe. E esse era seu último desejo…
Rabiiscado Por --> Marcelle Lins às 20:43 4 Pessoas Estão Falando Por Aii Que...
Marcadores: Eu Conto; Tu Contas..
Crise Existencial 1#
1 de março de 2009
// As respostas estão dentro de nós.
- Identidade !
Quem sou eu, afinal? O que vejo refletido no espelho são apenas fragmentos de alguém que já não existe mais. Minhas palavras teimam em permanecer presas entre os dentes, apertados! O meu olhar, sem brilho, mostra apenas uma alma aprisionada. Quem sou eu, agora que as coisas ficaram resolvidas? Sou apenas um fantoche de minhas ilusões e medos… sou uma criança perdida; uma grávida desamparada, ao dar a luz. Eu sei que sou mais trevas do que luz; que sou mais falsa do que nota de quinze reais; que sou pequena e frágil, como um cristal fino e quebrável.
Alguém pode me dizer um nome? O espelho, que não me deixa mentir, está calado; ausente. Já é tarde para fingir que está tudo bem; tarde demais. Por favor, preciso apenas de um rosto que não seja o meu; um vestígio; uma vaga lembrança, talvez… E eu, quem sou? Se o sabes, me dizes? — Espelho, espelho meu?
Tenho medo de pronunciar as palavras que ninguém jamais ousou dizer. Tenho medo de assumir meus atos de vez, e depois não poder mais voltar atrás. E esse temor é que me prende; é que me mata lentamente!
Preciso me descobrir. Preciso sentir-me livre e dona de um pouco de verdade! Preciso me amar, independentemente da beleza que tenho por fora; independentemente da escuridão que há dentro de mim. Preciso de mim…
Posso ir embora agora? Todos me olham de cima a baixo, como se soubessem o pecado frívolo que cometi. Quem são eles, afinal? São parte de mim, ou do mundo real? Cansei de procurar respostas onde só existe o vazio… cansei-me de ser o vazio de todas as coisas… cansei de ser apontada; comentada; incompreendida…
Sigo buscando as respostas que infelizmente já conheço…
Rabiiscado Por --> Marcelle Lins às 21:14 14 Pessoas Estão Falando Por Aii Que...